sábado, 26 de abril de 2008

Uma história Los Hermanica!

Mais um textinho meu, uma história baseada em músicas de uma das bandas que mais gosto Los Hermanos.
Espero que o texto agrade hehehehehehe

Um filme no close pro fim

“Olha aqui eu preciso falar com você, desse jeito não dá mais a gente não consegue se entender, parece que os dois mudaram e não estou conseguindo agüentar essa situação, precisamos conversar, quando você chegar em casa, me liga! Ainda amo você.”
Desligou o telefone, aquela mensagem tinha o deixado meio zonzo, as mãos começaram a suar e sentia que sua garganta estava querendo expelir alguma coisa, não sabia direito se era choro, grito ou se estava passando mal. Aquela sensação durou alguns minutos, sentou-se no sofá e ficou parado sem se mover ou expressar alguma reação em relação a nada, muito menos ao que acabara de ouvir, uma mensagem na secretária eletrônica, forma cruel de descobrir que só amor as vezes não é suficiente.
Passada a sensação inicial, caminhou em direção a geladeira, morava em um conjugado, mas que na verdade era uma sala comercial que seu pai tinha lhe dado de presente de formatura, um futuro escritório de advocacia que acabou virando casa. Abriu a geladeira e havia poucas alternativas, uma jarra com água, uma lata de refrigerante, dois pedaços de pizza velhos, uma garrafa de cerveja, um ovo e um pé de alface. Agarrou a primeira coisa que viu - foi a jarra de água -, encheu um copo e sentou-se novamente no sofá.
Pensou em muitas coisas, contrariando o clichê ele não pensava nos momentos felizes que tinham vivido juntos ou na viagem à Holanda, dois mochileiros em busca de aventura na terra da liberdade para comemorar dois anos de namoro, ele pensava em filmes que havia visto, nas músicas que costuma ouvir e tudo o que ele lembrava era o “Ainda amo você” que soava forte em sua cabeça, realmente o amor é um misto de desejos, sonhos, promessas de paraíso que dividem espaço com dores sem remédios, pranto, depois vira nada, uma lembrança qualquer.
Ele também tinha coisas a dizer a ela, pegou o telefone, disposto a ligar, discou o número da casa dela, sabia que no meio da tarde ela não estaria lá, queria deixar seu recado, ele precisava dizer algumas coisas e não queria resposta imediata, queria ser cruel também.
“Eu acabei de ouvir o seu recado, é realmente temos muitas coisas para resolver, preciso falar também, quero dizer pra ti muitas coisas, coisas que normalmente não se diz não quero me entregar assim, não poderia falar o que quero, pois depois que eu dizer você me terá em suas mãos, mas vejo que esse é o último suspiro que nosso amor pode dar então eu preciso te falar, mas não sei como...”.
Desligou o telefone, não teve coragem de falar, não poderia falar, era complicado para ele, era amor indo embora e isso não é comum, duas pessoas que se amam deveriam se bastar, mas a vida é cruel, muito mais cruel do que ele ou ela poderiam ser. Ele era mais sentimental que ela, por isso não sabia o que fazer, ele precisava dizer todas as coisas que estavam engasgadas em sua garganta, só não sabia como, também tinha medo da reação dela, era difícil despir-se de todo seu orgulho e entregar seus sentimentos para uma mulher, mesmo que ela fosse aquela, a sua mulher.
Duas horas depois o telefone tocou, era ela, disse que precisava encontrar com ele, mas não queria que fosse na casa de nenhum deles. Marcaram então o encontro em um parque da cidade. Ele chegou antes dela, sentou-se em um banco, o céu era estrelado, a brisa da noite era fria, não havia quase ninguém por perto, ele sabia que aquele seria uma conversa definitiva, apenas os dois e o céu estrelado como testemunha. Quinze minutos depois ele a avistou de longe, seus cabelos negros contrastavam com sua pele muito branca, o olhar da moça não era muito diferente do dele, os dois tinham olhares inseguros, duvidosos, sabiam que aquele momento seria crucial para resolver o futuro daquele amor, que ainda queimava, mas que não bastava.
Ela se aproximou, deu um tímido beijo nos lábios do moço, que tremiam e era possível ver sua testa suando, a insegurança era clara na face daquelas duas almas. Eles sentaram-se no banco e nenhum dos dois falou se quer um apalavra, passaram-se muitos minutos e nenhum som poderia ser ouvido. Até que ele colocou o braço em volta dos ombros dela, ela se aproximou e abraçou-o também, ficaram ali abraçados por muito tempo. Eles não sabiam o que estavam fazendo, eles se amavam, mas não davam certo, talvez os três anos de namoro sem nenhuma briga ou pausa não mostrava realmente o que eles viviam, era por isso que eles estavam abalados com aquilo, ela teve a coragem de falar que as coisas não iam bem e ele tinha a coragem de tentar mudar as coisas, mas nenhum era corajoso o bastante pra falar o que estavam sentindo, ali sob o céu estrelado numa noite de brisa fria.
“Eu não sei como falar o que eu preciso, por favor, não fale nada até eu terminar, não quero ser cruel, mas é necessário que eu diga antes que essas palavras me sufoquem. Aquilo que eu temia aconteceu, sofro por saber que nosso amor é pouco para deixarmos juntos, mas eu não sei mais porque em ti eu consigo encontrar o caminho certo de seguir, se saíres da minha vida agora não sei para onde ir, talvez tu não sintas a mesma coisa que eu. Eu te disse que hoje eu me daria pra ti, depois que eu falar tudo o que preciso, me terás em suas mãos e eu tenho medo,você é meu grande amor, te imploro se vais embora vá logo, meu coração não sabe lidar com isso, eu não posso te perder a não ser que tu queiras. Amor não se mede e eu não sei dizer o quanto te amo, mas eu sei que ele não se basta pra gente ser feliz. Se me deixares agora, eu volto, não sei ainda quando, mas eu vou roubar de novo teu coração.”
Ele se entregou a ela de forma que não poderia mais voltar atrás, aquelas palavras penetraram fundo no coração confuso da moça. Ele parou de falar, no mesmo momento ela começou a chorar, um choro tímido, munido de sentimentos. Enquanto ela chorava, ele se enchia de esperanças, aquele choro só podia significar que ela queria ficar com ele. Mas não foi bem assim, ela não falou nada, apenas abraçou mais forte, ele retribuiu a força do abraço com um beijo na testa. “Ainda te amo”, foram as palavras que saíram da boca dela naquele momento, um ainda te amo, baixinho com a voz tremula por causa do choro. Um beijo amoroso e demorado aconteceu. As estrelas testemunhavam aquele momento, era uma conciliação, de um casal que nunca tinha rompido seus laços, onde o amor fluía intenso, mas só amor não era o bastante. Aquele foi o momento auge, ele lembrou dos filmes novamente e era tudo muito parecido com o cinema.
Depois daquela noite, ele não era mais o mesmo, metade dele ela tinha levado, a outra metade prometia um dia se tornar completa, só o amor não foi suficiente.


Ana Ferraz

4 comentários:

Ju disse...

ai ai ai.. los hermanos..
deixa eu fingir e rir?

haha
beijo

Anônimo disse...

anika anikaa
tu provavelmente não vai descobrir quem sou eu
mas quero deixar meu comentário aqui
muito bom esse texto
assim como todos os outros!!
tu faz muita falta guria!! bj

Ana Ferraz disse...

Bah eu tenho algumas desconfianças de quem seja o anônimo e queria muito confirma-las.
se faço falta é porque foi alguém muito presente na minha vida e que acabamos nos afastando!

Kapudios disse...

"Mas não foi bem assim, ela não falou nada, apenas abraçou mais forte, ele retribuiu a força do abraço com..." ...uma tijolada na testa, ele sabia que apartir dali sua vida não seria mais a mesma, ao vê-la caida no chão bateu nela com o tijolo até desfigurar-lhe a face, não contente foi até um restaurante próximo e pediu uma á-lá-minuta com duas porções de batatas fritas sem sal, comeu e foi até o banheiro, quando notou que um feijão havia se instalado no seu dente e isso o fazia ficar com raiva, arrancou o mijador e bateu na cara de velha cozinheira até matá-la, nisso pegou uma faca de cortar pão e voltou até onde tinha escondido o corpo da amada, cortou seus braços, sua pernas, sua cabeça e espalhou suas partes pela cidade, afinal estava nublado e ele não teria mais nada pra fazer mesmo....