terça-feira, 27 de maio de 2008

Elvis!

Estou postando um texto do meu amigo Élvis. Quem lê o que é publicado aqui e estiver afim de dar se pitaco, por favor comentar é permitido!

Naquela cerveja de bar...

Ela é um mistério. Deve ter a décima casa em Peixes também. Tem tantas coisas nela que estão fechadas para mim. Algo se esconde lá. Entre aquela neblina do cigarro e a espuma da cerveja que não permite ver o que está submerso. Com certeza o preto lhe caia bem. Mas o que realmente acontecia dentro daquela garrafa de cerveja? Que bolhas de gás histórico essa jovem mulher tinha passado? Que líquido dourado envelhecido era aquele?
Ela é alta, esguia. Seus cabelos pretos fortes revelam o brilho da juventude em seu esplendor. Seu corte era repicado com franjas intercaladas. A pele do rosto era límpida, como um pêssego. As vezes sorria de maneira amedrontadora que me assustava mas que lindos dentes mostrava. Era um corpo escultural, cheio de beleza e atração.
Era um grilo. Ás vezes caminhava com os joelhos dobrados, fazendo piadinhas e soltava gargalhadas altas. Ela tinha o dom do humor. E seus dentes brilhavam mais. Suas pálpebras diminuíam, enrugando os lados dos olhos, com sorrisos generosos, mas não; ela não estava chapada, era pura diversão mesmo.

But darling darling, stand by me
Stand by me
Stand by me

A menina perdida era revolucionária. Lia sobre a Revolução de 68 e socialismo. Era dotada de grande criticidade. Queria se envolver com política na universidade, derrubar o governo vigente. Era injustiça. Se revoltava quando escutava Elis Regina cantando sobre a anistia. O fogo havia se apagado, as pessoas há não lutam por ideais dizia ela.
Nos seus olhos fechados para o exterior, escondiam-se em camadas múltiplas, sentimentos que não vinham a tona. Eram latentes, mas estavam presas em um aquário como peixes dourados de estimação, esperando para serem lançados em uma lagoa qualquer.
Estava absorta em pensamentos. Olhar vago. A mente mais uma vez lacrada para o mundo exterior. Uma noite dessas ela estava com seus jeans justos, camiseta preta e branca com um terninho de veludo preto. Usava tênis pretos com as estrelas brancas, símbolo da vida que levava. Cinco pontas. Tão simples. Companheiros de tantas loucuras vividos por ela. Ela se sentou no banco de madeira preso ao chão e pensou. Pegou um cigarro Carlton vermelho e seu isqueiro. O céu estrelado e ela. Glamourosamente, ela fumava. Levava o cigarro à boca aberta entre o indicador e o dedo médio, depois alguns toques para as cinzas caírem. A fumaça invadia seus pulmões e os pensamentos eram tantos que saiam em forma de fumaça. Se esvaia lentamente sob o céu claro e estrelado. A lua refletia seu rosto e mostrava a pele límpida, suave com óculos estilo John Lennon e um par de lágrimas. O cigarro ajudou. As camadas múltiplas eram rasgadas, dilaceradas e tudo saía ora pelo cigarro ora pelos olhos. Olhava o olhar dele e queria comer o beijo dele.
No fundo a revolta se transformava em paixão, ela queria apenas o amor. Mecanismos de defesa eram revezados constantemente para proteger algo que ela tanto queria mas que tanto não queria. O futuro estava lá, esperando. A deriva para ser construído. Só faltava um olhar e uma entrega. A dela.

Elvis Boninni

4 comentários:

Élvis disse...

bote a tua cebola perto da minha de novo ana. =D qm sabe elas chorem de novo mas se aguentam...

Élvis disse...

acho que foi um ato inconsciente de medo. mas nao quero isso. sinto falta da tua cebola, mas nao aquela com o sorriso amedrontador.

Anônimo disse...

concordo com a parte do grilo.
discordo com a parte do corpo escultural.

hauahua
;*

Unknown disse...

Como uma veterana queridona eu vim aquii visitar e achei o máximo os textos...
meus bixos são meu orgulho óóóó!!!!
anaaaa queridaaa beijosss
talentosa vc hein